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Açúcar: doce veneno

  • Foto do escritor: Marcelo Loureiro
    Marcelo Loureiro
  • 30 de abr.
  • 3 min de leitura

Artigo em colaboração com Dr. Filippo Pedrinola, endocrinologista.

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Hoje, todos sabemos que açúcar faz mal. Inclusive eu, com uma relação que começou cedo. Na infância, tomava leite condensado direto da lata. Adolescente, trocava almoço por cheeseburger com Coca-Cola no recreio da escola. A correria da faculdade levou minha nutrição ainda mais ladeira abaixo. Empreendedor, montei uma sorveteria e depois um bar—ambos não ajudaram muito nesse aspecto. Como era magro e ativo, nem passava pela minha cabeça que havia um problema, até que depois dos 30 anos, exames revelaram colesterol alto e pré-diabetes. 

Foi o alerta necessário para começar uma mudança. Diminuí muito frituras e carboidratos simples, passei a me informar sobre alimentação e fazer exames médicos regularmente. Mas mesmo assim é muito difícil resistir, e olha que eu me esforço: vejam meu gráfico de consumo de açúcar esse ano até agora. Em 100 dias, apenas 40 eu consegui não ingerir nenhum um tipo de açúcar, apesar de consumir pouca quantidade na média.


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Informação não falta, mas por que ainda ignoramos os riscos e nos permitimos o “só hoje"?

O que o açúcar faz com o corpo?

Segundo o Dr. Filippo Pedrinola, convidado co-autor desse texto, o excesso de açúcar causa inflamação crônica, resistência à insulina e gordura visceral – bases para diabetes tipo 2, obesidade, doenças hepáticas, cardiovasculares e comprometimento cognitivo.


Além disso, acelera o envelhecimento celular por meio dos AGEs (produtos avançados de glicação), que alteram proteínas e lipídios essenciais, danificando vasos sanguíneos, pele, articulações e cérebro. É como uma "ferrugem interna" acumulando silenciosamente. Por que é tão difícil parar?

O açúcar ativa o sistema de recompensa cerebral, liberando dopamina, semelhante ao efeito de drogas como álcool e cigarro. Além disso, outros fatores dificultam romper esse ciclo:


Privação de sono: aumenta desejo por doces e carboidratos rápidos.

Estresse: eleva o cortisol, estimulando apetite por alimentos altamente palatáveis.

Marketing e rotulagem confusa: açúcares escondidos sob nomes disfarçados (maltodextrina, frutose, xarope de agave).


O que realmente funciona para reduzir o consumo?

Consciência alimentar prática: identifique açúcares ocultos (molhos, cereais, barrinhas).

Ordem inteligente nas refeições: consumir fibras, proteínas e gorduras antes de carboidratos simples reduz picos glicêmicos.

Sono e manejo do estresse: essenciais para controlar impulsos alimentares.

Tecnologia a favor: sensores de glicose, como Abbott Libre, associados ao Superdash, revelam como cada alimento afeta seu corpo individualmente.

Trocas realistas: frutas com fibras, castanhas em vez de doces ultraprocessados, canela para diminuir vontade por açúcar.

Outro aspecto frequentemente esquecido é que o açúcar também afeta a microbiota intestinal, prejudicando nossa imunidade e bem-estar mental. É importante lembrar ainda que nem todo açúcar é igual: frutas inteiras, por exemplo, possuem fibras que diminuem o impacto glicêmico, muito diferente dos açúcares adicionados, mesmo os naturais.


Minha recomendação prática:

Quer entender como seu corpo reage ao açúcar? Use um sensor de glicose por duas semanas. Registre suas refeições no Superdash com fotos e tags glicêmicas. Verá que o mesmo alimento pode gerar respostas muito diferentes em cada pessoa. Essa informação personalizada vale mais do que qualquer teoria genérica. Aqui um exemplo de quando eu usei o sensor pela última vez. Usei o Levels, mas aqui no Brasil você pode comprar um Abbot Freestyle libre em qualquer farmácia que te dá uma visão como essa.


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Mudar sua relação com o açúcar não é batalha de força de vontade, é uma jornada de autoconhecimento.

Quanto antes você começar, menos envelhece por dentro.

 
 

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